A história nos conta que o Carnaval foi trazido pelos portugueses na época da colonização. Com o tempo, o Carnaval foi adquirindo outras formas de se manifestar, como o baile de máscaras e desfile nas ruas. O surgimento das agremiações carnavalescas contribuiu para a popularização da festa entre as camadas mais pobres. Nos desfiles das escolas de samba, vários elementos tradicionais são apresentados, como Ala de Baianas, Velha Guarda, Bateria, carros alegóricos, entre outros.
O casal de Mestre-sala e Porta-bandeira apresenta-se usando trajes sempre muito elegantes, e, normalmente, fazem parte do tema enredo. Nos desfiles das escolas de sambas, os casais de porta-bandeira e mestre-sala fazem uma apresentação especial para os jurados, com o objetivo de atingir a nota máxima. As agremiações podem apresentar mais de um casal, no entanto, somente o primeiro, o que foi inscrito no Caderno de Jurados, será avaliado.
“Segundo Nathiele Cruz, ser a porta-bandeira de Imperadores do Samba é o maior desafio que carrega. É representar e defender cada apaixonado pelo pavilhão, mesmo aqueles que já não estão mais entre nós. É um privilégio ser a porta-bandeira, de uma das maiores escola do RS, essa emoção levarei para a minha vida. Afinal, defendo o pavilhão, que outras grandes porta-bandeiras fizeram histórias.
A responsabilidade, de ter que tirar três notas Dez é gigantesca. O preparo físico e mental é essencial para esse quesito. Isso é primordial para sintonia e harmonia do casal.”
Na apresentação, os dois jamais podem dar as costas um ao outro ao mesmo tempo. O Mestre-Sala precisa proteger a sua parceira, que por sua vez não pode jamais deixar a bandeira se enrolar no mastro ou bater em seu corpo. O casal de Mestre-Sala e Porta-bandeira tem a responsabilidade de conduzir ao longo do desfile o pavilhão da escola, um dos símbolos mais importantes da apresentação. O Mestre-Sala, originalmente, tinha a função de proteger a Porta-Bandeira, porque havia uma prática antiga entre agremiações rivais de roubá-la da concorrente.
“Segundo William Alves, ser mestre-sala de Imperadores do Samba, hoje, é gratificante dentro de minha vida. Foi um sonho muito gigante que só consegui com muita dedicação, com muito trabalho e suor. Ser mestre-sala é cumprimentar a todos, saber recepcionar, ser comunicativo em todos os eventos da escola.
Ser destaque em uma escola de samba é socorrer seus pares nas mais diversas necessidades, é participar de uma família que é muito grande. Trabalhar junto com a Nathiele é uma honra, estamos sempre em sintonia, iniciamos nossos ensaios ainda no inverno. Sinto-me sempre protegendo-a, assim como protejo o pavilhão. Nós ensaiamos com afinco porque queremos a nota Dez.”
As penalidades ou perda de pontos ficam a critério da apresentação feita, onde o casal não pode ficar de costas um para o outro, no mesmo momento, deixar cair ou perder qualquer elemento da composição de suas roupas e adereços mesmo que acidentalmente. As roupas do casal devem estar de acordo com a proposta de enredo da escola, e também adequadas para a apresentação, com acabamentos bem feitos e extremamente luxuosos. Devem também estar adequadas à apresentação, e facilitar os movimentos do casal.
A avaliação é feita conforme a exibição do casal, que deve dançar suavemente ao ritmo do samba enredo, fazendo os passos considerados obrigatórios, com giros, meias e voltas. O casal precisa gentil e suavemente apresentar o pavilhão. Além desses quesitos, o casal é avaliado pela harmonia entre ambos, a integração dos passos, o cortejo do homem, a proteção e cortesia que dá à sua dama e à bandeira da agremiação – que representa todo o pavilhão da escola de samba. A avaliação é válida, também, para a apresentação da porta-bandeira, que deve carregar o estandarte da escola sem deixá-lo enrolar ou bater em seu próprio corpo, com leveza, gracejo e correspondendo aos cortejos do mestre-sala.
